quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

cachaça...

A cachaça, aguardente feita da cana-de-açúcar, é, sem margem a contestação, a bebida típica do povo brasileiro. Ela representa para o Brasil o que a tequilla representa para o México e a bagaceira para Portugal. Está presente não apenas nas conversas de balcão das vendas e bodegas do Brasil rural e suburbano, mas é obrigatória, igualmente, nas ocasiões festivas especiais como, por exemplo, nas festas de batizado, misturada ao mel de abelha e ao suco de maracujá, conhecida como “cachimbo” ou “cachimbada”; é, também, componente indispensável nos velórios no meio rural; assim como muito usada no preparo de medicamentos populares, nas “garrafadas”, além de fazer-se presente nos rituais de candomblé. Isto nos dá a medida de quanto a cachaça perpassa o cotidiano do brasileiro.
Como nos informa José Calazans, um dos mais renomeados estudiosos do assunto, a cachaça, mereceu entre nós versos de significativa louvação, bem expressando a sua importância cultura nacional:

"A cachaça alegra os tristes
Melhora quem está doente
Faz aleijado corrê
E cego vê de repente." 


Não há exagero, portanto, em afirmar que não é possível o conhecimento da cultura do povo brasileiro sem a inclusão da “branquinha”, tão significativa é a sua presença no dia-a-dia da nossa gente, independentemente de classe social. Não é, portanto, de admirar tenha a “imaculada” constituído objeto de especial atenção por parte dos nossos etnógrafos e cientistas sociais em geral. 



Texto de Sebastião Vila Nova.




Foto: Cavic