capa do livro - edição de 1986
Para aqueles que tem
interesse na Cachaça é necessário conhecer a obra do folclorista Camara
Cascudo: Prelúdio da Cachaça.
Segue a introdução
do livro:
Cada povo tem sua
bebida predileta.
No Brasil, o império
é da cachaça: obteve aqui o cunho da nacionalidade. Integra
a população. É tão popular e presente como o futebol e o samba. A
preponderância da cachaça no gosto do brasileiro apareceu já na
colônia, de acordo com notícias que nos dão autos e provisões das
autoridades do Reino, tentando coibir o consumo exagerado e os
malefícios de seu uso pela população. O povo, na sua exuberante
imaginativa, conseguiu até uma legião de santos escolhidos na
hagiologia da igreja, para protetores da “caninha”. Entre eles,
figura Joana D`Arc, porque “morreu no fogo” e também São Jorge,
porque “matou o bicho”.
Basta examinar o
adagiário nacional, para que se constate o sem-número de
provérbios, adágios, ditos e trocadilhos, presentes em todas as
partes. A cachaça figura nas letras dos sambas, nos textos
literários, no receituário popular, na macumba e até como
aperitivo nos salões requintados, como “abrideira”.
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